Oficinas e rodas de conversa movimentam a programação do Festival de Dança de Erechim
Atividades contemplaram diferentes estilos, contando com
recursos de acessibilidade e voltadas a todos os públicos
As oficinas promovidas no domingo, 31, marcaram o encerramento da programação formativa da 5ª edição do Festival de Dança de Erechim. As atividades de formação, que também aconteceram no sábado, 30, reuniram professores renomados e participantes de diversos níveis em encontros que destacaram a diversidade de linguagens artísticas. Algumas das oficinas contaram com interpretação em Libras, ampliando a acessibilidade para o público.
ARTE COMPARTILHADA
No primeiro horário do domingo, das 9h às 10h, três atividades ocorreram simultaneamente. A de Dança Contemporânea, conduzida por Matheus Brusa, destacou a musicalidade como ponto de partida para a criação coreográfica. A oficina de Dança do Ventre, ministrada por Aline Todeschini, explorou combinações criativas voltadas a bailarinos de nível intermediário e avançado. No mesmo período, Isabel Willadlino, da Associação Gaúcha de Dança (ASGADAN) promoveu uma roda de conversa sobre Mercado da Dança e Festivais, abordando inovação, estratégias e oportunidades para profissionais da área.
Das 10h às 11h, o público pôde participar da oficina de Jazz Dance, com Tiago Barros, que compartilhou sua trajetória na pesquisa da linguagem do movimento. Também nesse horário, Cadica Costa ministrou a oficina de Folclore, unindo elementos do flamenco à tradição gaúcha, em atividade aberta a diferentes perfis de participantes.
À tarde, das 13h às 14h, a programação seguiu com o Ballet Clássico, conduzido por Anna Koblova, que apresentou fundamentos do Método Vaganova, destacando a adaptação desse sistema em fusão de diferentes técnicas e abordagens. “A gente trabalhou a parte básica. Abri um pouquinho o conhecimento sobre as partes principais do método Vaganova, como ela juntou a técnica italiana com a metodologia francesa que tem mais delicadeza e adicionou a parte emocional russa, aí virou uma junção, como os brasileiros também gostam de misturar as coisas e esse método aplicado no Brasil, ganha esse calor brasileiro, aí no palco fica algo muito interessante”, destacou.
No mesmo horário, a oficina de Danças Urbanas, com Jean Mendes, envolveu participantes de várias idades em práticas ligadas ao hip-hop, desenvolvimento e sequências coreográficas. Conforme o professor, a prática buscou contemplar todos os integrantes, com foco no desenvolvimento coreográfico. “A gente trabalhou bases de danças sociais, a base do hip-hop dance e também desenvolvemos o trabalho de coreoclass, que são sequências mais comerciais, junto com a galera de vários níveis, pois tinha iniciantes, intermediários e avançados”, explicou.
IMERSÃO E TROCA DE CONHECIMENTOS
Para Eliel Des Essarts Soares, bailarino da escola Brilhart, de São Leopoldo, o Festival foi uma experiência de imersão e intercâmbio artístico. “Participei das oficinas de contemporâneo, ballet e jazz, e no sábado participei também da palestra de marketing para dança. É muito interessante porque o pessoal é muito receptivo, então é uma vibe muito boa. Durante as oficinas, a gente conviveu bastante com o pessoal de Santa Catarina e do Paraná. Todos também estão bem animados e é uma experiência muito boa, a de troca de ideias”.
A professora de dança do Centro de Belas Artes de Erechim, Jéssica Psendziuk, destacou a importância do evento para a cena cultural da região. “É maravilhoso ter um evento desses na nossa cidade, tanto para quem dança quanto para o público que vem prestigiar, é uma forma da gente estar disseminando e incentivando a arte, em todas as idades, dos pequenos até os mais velhos. Então, para a gente é gratificante poder participar. Esse ano está bem maior, em número de participantes, em oficinas, em apresentações, o nível também está muito alto. Então, é sempre uma troca muito legal, um aprendizado, com os professores, com os outros grupos, vale muito a pena participar”, completou.
Após o encerramento das práticas formativas, a programação seguiu com as apresentações artísticas e as premiações, que marcaram o fim da 5ª edição do Festival de Dança de Erechim.